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Por que aprender sobre inovação em Roma?

Dra. Soraia Schutel, CEO Sonata Brasil

Há duas décadas embaso minha formação nas raízes europeias. Ao longo desse período pude obter profundidade em tudo o que me propus e, sobretudo, acesso à arte e cultura humanista que refinam o comportamento e o intelecto. Já viajei aos 5 continentes, mas continuo apaixonada pelo estilo e cultura europeia. Investigando a fundo o porquê deste vínculo, percebo que nada mais é do que acessar as bases fundamentais que estruturam a forma mentis do país que tanto amo: Brasil.

Apesar de jovem comparada a outras nações, nossa história provém de milênios. Nosso modo de pensar está totalmente vinculado à nossa língua, de origem latina. Assim, nossa história remonta não apenas aos colonizadores portugueses e às diferentes etnias que nos formam, mas principalmente ao legado milenar greco-romano, cujos princípios estão ainda vivos em nosso modo de expressão, no Direito e em outras áreas do conhecimento.

Em recente artigo da HSM Management, Valter Pieracciani e Laurentino Bifaretti falam que, para aprender sobre inovação, não devemos nos fixar no Vale do Silício mas, sim, aprender com o Império Romano. A lógica do Vale do Silício bebe de raízes culturais e históricas diferentes das nossas. Não podemos querer transplantar um modelo que não somos. Claro que vale a pena conhecer e se inspirar mas, além de ver modelos externos, devemos beber da nossa fonte e aprender a força que nós brasileiros temos.

Metaforicamente falando, é como se uma semente de figueira quisesse ser uma árvore de plátano. Ontologicamente, é impossível… Não é possível dizer que uma é melhor do que a outra, ambas realizarão o seu propósito quando forem si mesmas. Saber de onde viemos amplia a autoestima e contribui na construção de uma economia e sociedade mais sólida e madura.

No mais importante congresso mundial de gestão de 2018, o Academy of Management, que reúne milhares de pesquisadores e os mais importantes expoentes da área, Henry Mintzberg, o ‘papa’ da estratégia, ao falar de cenários futuros ressaltou o papel do Brasil no cenário global. Um país de recursos e clima incomparáveis, de um acolhimento único, que precisa apenas amadurecer, pois muitos de seus problemas são construídos pelos próprios brasileiros – e não por desgraças ecológicas, como tsunamis ou tufões, por exemplo.

E para este amadurecimento é fundamental termos consciência de quem somos para uma ação responsável nacional e global. Neste processo de autoconhecimento, é fundamental acessar as raízes milenares dos nossos antepassados que plantaram a primeira semente da nossa força.

Conscientes disso, a Sonata Brasil é a primeira escola de gestão e liderança que propõe um MBA voltado ao autoconhecimento e um módulo internacional em Roma para acessar as raízes desta civilização milenar da qual também derivamos. Recentemente conduzimos mais de 40 gestores, empresários, executivos, empreendedores e CEOs para uma imersão nos fundamentos do Império Romano, visando justamente conectar os brasileiros à própria força. O que é um excelente remédio ao complexo de inferioridade que a mídia tende a reforçar.

Enquanto artigos recentes são publicados sobre este tema, nós já estamos realizando a inovação na educação, na contramão das propostas massificadas. Não somos norte-americanos, não temos origem anglo-saxã, que possui outro mindset. Precisamos nos reconectar com as fontes daquele que foi o maior império e que inovava há milênios. Os antigos romanos construíram estradas, aquedutos, esgotos, banheiros e termas públicas, inovação total há 2 mil anos visando ao bem estar e à saúde da população. Claro que o lado obscuro existiu, como em toda e qualquer civilização.

Além disso, cada brasileiro deve conhecer e resgatar sua história. Quem eram meus antepassados, de onde vieram, o que faziam? A arqueologia da própria vida é fundamental para o autoconhecimento e fortalecimento interior. Assim saberei o que carrego de legado, bem como quais comportamentos não dizem respeito à minha identidade. Honrar nossos antepassados torna nossa existência mais nobre.

Para reforçar a prosperidade autêntica nacional, precisamos de autoconhecimento profundo, beber da fonte. Para tanto aconselho que assistam o documentário “Brasil: a última cruzada” que traz uma visão sobre o propósito desta terra e dos pais fundadores do Brasil.

Nos conectarmos com nossa identidade: é a única forma do gigante interior e de nossa pátria acordar!

Imagem: Fontana di Trevi – Roma.

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